25/06/2019 16:14:00
As possibilidades de desenvolvimento do setor ervateiro, com a diversificação da produção e acréscimo ao valor agregado, foi o tema do primeiro encontro do Bloco de Incentivo à Erva-Mate, na Assembleia Legislativa do Paraná, realizado nesta terça-feira (25).
O Paraná tem a primeira indicação geográfica do produto no Brasil e responde pela produção de 86,4% da produção da erva-mate extrativa do país, concentrando 18 dos 20 principais municípios produtores brasileiros. Oito deles, da região Sul paranaense, são responsáveis por 56,59% da produção total do estado, com 197 mil toneladas por ano.
“Precisamos pensar em sustentabilidade e desenvolvimento econômico. Muitas oportunidades podem ser colocadas ao pequeno, médio e grande produtor. É importante também desenvolver linhas de controle da atividade. O que se paga hoje para as pessoas que fazem extração da erva chega a ser vergonhoso. Enfim, com certeza vamos avançar muito na discussão deste tema”, disse o deputado Artagão Júnior.
Coordenador do bloco, o deputado Emerson Bacil argumentou que é preciso valorizar os produtores. “O Paraná é o estado que mais produz erva-mate no Brasil. Precisamos valorizar os produtores, com desenvolvimento, pesquisa e inovação. Temos muito a crescer com este produto”, disse, ressaltando que enzimas da folha da erva-mate propiciam a produção de cosméticos, como sabonetes e shampoos, além de queijos, bolos, doces e sorvetes.
Ainda foram ouvidos: o reitor da Universidade de Maringá (UEM), Julio Cesar Damasceno; Miguel Sanches Neto, reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG); Moacir Piffer, vice-reitor da Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste); Fabiano Gonçalves Costa, vice-reitor da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp); e Osmar Ambrósio de Souza, reitor da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro). Também o chefe do DERAL da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB), Salatiel Turra; e José Fagundes Cunha, fundador do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage).
Inovação - Especialistas convidados, como o doutor em engenharia de alimentos, João Guilherme Baggio de Oliveira, citaram ainda as bebidas energéticas e à base de erva-mate, explorando a alta concentração de cafeína das folhas. “O amargor pode ser utilizado em cervejas”, exemplificou. Já para a doutora em farmácia, Daniela Gaspardo Folquitto, as propriedades antioxidantes da planta podem ser usadas pela indústria de higiene pessoal e beleza.
Com Trajano Budola
Fotos Orlando Kissner